A CRISE DO SISTEMA COLONIAL E O PROCESSO DE EMANCIPAÇÃO DO BRASIL

on quarta-feira, 23 de setembro de 2009
O Sistema Colonial Mercantilista no contexto mundial em dado momento histórico ao esgotamento das potencialidades perante os novos tempos industriais ingleses. Internamente se fazia sentir cada vez mais no Brasil e as suas contradições com a Metrópole (Portugal),
Os movimentos nativistas expressam essa realidade, onde, por exemplo, tivemos: a Revolta de Beckman (MA-1684), a Guerra dos Mascates (PE-171O), a Revolta de Felipe dos Santos (MG-1720) entre outras. Tivemos também a Inconfidência Mineira-1789 e a Conjuração Bahiana-1798, estas notadamente manifestaram a intenção de separação política da metrópole portuguesa.
A Crise Colonial vai ser acrescida das idéias liberais - John Locke - e dos iluministas Montesquieu, Rousseau e Voltaire, as quais criaram na elite colonial brasileira (ricos que estudaram na Europa) um sentimento nacionalista liberal. Na colônia operava-se uma economia fechada, agrária, monocultora, escravocrata e direcionada exclusivamente para a metrópole, cuja administração central fiscalizava e reprimia.
Nos aspectos externos foram de suma importância três processos históricos que marcaram toda a Idade Contemporânea: 1) A Revolução Industrial (com esta ocorreu à expansão da indústria, a necessidade de mercados consumidores para os produtos manufaturados, o livre comércio e a concorrência); 2) A Independência dos Estados Unidos da América (1776) que adotou o sistema republicano de governo, estimulando outras lutas coloniais provando ser possível tal fato. 3) A Revolução Francesa (1789) (não menos importante do que as demais destruiu o Antigo Regime. Em seu bojo continha as idéias iluministas, pregava o fim das monarquias absolutistas, além de condenar as formas de opressão em especial ao nosso caso, o Sistema Colonial e as "mazelas" decorrentes deste.
Grandes transformações econômicas, políticas e sociais, conforme foi anteriormente citado ocorreram na Europa no final do século XVIII. E estes reflexos se fizeram sentir aqui na colônia. As pressões estrangeiras - Franca e Inglaterra - perante Portugal foram de suma importância. Não podemos esquecer o Tratado de Methuen (1703) onde se ampliou a decadência econômica e política em relação a Inglaterra. No período de 1806, anos do decreto do Bloqueio Continental por parte do imperador francês Napoleão Bonaparte. Nesse patamar Portugal procurou exercer uma política dúbia que culminou com a transferência da Corte Real Portuguesa para o Brasil. Poderíamos ressaltar a independência política brasileira a partir da Abertura dos Portos as Nações Amigas em 1808 e não somente ao marco histórico que ficou conhecido como 7 de Setembro de 1822 na história oficial.
Por tal ato "cortava-se" o elo do Pacto Colonial aparecendo claramente a influência inglesa perante a economia brasileira e lusitana. O Período Joanino se fez sentir através de várias inovações do governo português no Brasil, o qual iniciou-se após a expulsão da Família Real da Europa. Temos o Tratado de Comercio e Navegação em 1810, a elevação a categoria de Reino Unido a Portugal e Algarves; assim como as inovações no aspecto cultural, tais quais: escolas superiores (BA - RJ), Escola de Belas Artes, Academia Real, Biblioteca, Impressa, Teatro, Jardim Botânico e o Banco do Brasil entre outros. A elite da Corte foi beneficiada com tais inovações, contanto o povo (classe pobre) ficou "a ver navios" diante de tais realizações e mudanças. Tal prova de inconformismo por parte das classes populares se fez notar com a Revolução Pernambucana de 1817 ocorrida no Nordeste por motivos econômicos, políticos e sociais aliado às idéias revolucionarias pernambucanas sempre presentes em nossa história.
Tal medida calamitosa na economia não se limitou ao Brasil no período Joanino, pois em Portugal se fazia em 1820 a Revolução do Porto, Esta possuía como uma das aspirações a recolonização da economia. Diante disso o poder foi entregue ao filho de D. João VI como tentativa de frear a independência onde ficou a celebre frase: "Pedro, se o Brasil se separar, antes seja para ti, que me hás de respeitar, do que para alguns desses aventureiros",
Em meio à crise D. Pedra assume o poder como príncipe regente. As idéias recolonizadoras impostas por Portugal não foram aceitas pela elite brasileira que teve apoio da Inglaterra. Criou-se um clima antilusitano e liberal, que culminou com a Independência e o conhecido Grito do Ipiranga, imortalizado pela historia oficial. A Independência do Brasil, se comparada às demais da América Latina passou a manter a antiga estrutura colonial, a depender da conformidade deste mercado (principalmente o inglês). Manteu-se um membro da Família Real no poder - D. Pedro I Imperador do Brasil; ordem escravocrata permaneceu intocada, sem contar' que o povo ficou afastado da vida política e marginalizado social e culturalmente. Enquanto que nas demais nações da América nasceram repúblicas, aboliu-se a escravidão, havendo assim, substanciais mudanças em suas sociedades. Tudo isso aliado ao nascimento de vários lideres, entre eles, Simon Bolivar e San Martín. Na Independência do Brasil ficou sem dúvida a elite dominante, que saiu ganhando a grosso modo com este processo, que estabeleceu os limites do liberalismo brasileiro no desenrolar da história "uma idéia porém escravocrata".

BIBLIOGRAFIA:
GOROROBA, Márcio Luna. A Crise do Sistema Colonial e o Processo de emancipação do Brasil. Márcia Luna Gororoba - Cajazeiras, 2000.

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